Ao comentar acerca da insuficiência de forma específica das colônias de Celenterados, indicando que eles botam ovos que dão Medusas, assegurando a reprodução, Simondon observa que o indivíduo que se despega do conjunto, adquirindo existência autônoma temporária, estaria fazendo papel de “propagação transdutiva” (246). Fez-me recorrer a um texto de Pablo Esteban Rodríguez, no qual o acadêmico argentino diferencia os três modos de amplificação, operações de (circulação? encaminhamento? — ou qualquer outra expressão que não seja ‘transmissão’, termo restrito ao modo de passagem de informação sob o ponto de vista da engenharia de comunicação) informação: transdução, modulação e organização. Fascinante as imagens representativas de cada uma; a transdução é uma ‘propagação’, em que as unidades da informação (áudio, no caso da modulação) se transformam no decorrer de suas mudanças de estado (estável para metaestável), uma mudança drástica, que atravessa um portal quântico. A imagem em questão, por certo, é o germe causador da gênese cristalina, mas é também a do incêndio em uma floresta. Por certo não é o incêndio descontrolado do algoritmo agro, mas do satoyama japonês ou o manejo integrado dos povos indígenas do MT, Manoki e Myky.
Já a modulação, performada pelos transistores, é ilustrada pela corrida de revezamento, em que o bastão de um corredor exausto é passado a outro, com fôlego intacto. Nesse caso não há transformação radical das unidades, mas um balanço de forças, um vai-e-vem de ímpetos em direção ao futuro. Por último, a organização, a síntese das duas anteriores, tem como analogia a visão humana, em que cada olho, ao agir unilateralmente, é díspar, mas quando em comunhão com o par, e recebendo as informações da luz eletromagnética, compõe a realidade coerente do campo visual por meio de justaposição de planos.