Uma distinção central na filosofia da tecnologia de Gilbert Simondon diz respeito aos modos de pensamento próprios de diferentes domínios. Ao examinar o estético, o técnico e o religioso, ele postula um conceito rigoroso de analogia que pertence exclusivamente ao universo estético. Analogia não é mera semelhança, mas uma identidade de relações, entendida em um sentido ontológico. Para Simondon, a analogia completa opera em três níveis: uma identidade de estruturas figurativas, uma identidade dos fundamentos a partir dos quais essas figuras emergem e, prioritariamente, uma identidade no modo de troca entre figura e fundo. Essa estrutura tripartite captura o próprio processo de "vir a ser" de um indivíduo. Somente o pensamento estético apreende essa dinâmica completa, mantendo figura e fundo em uma tensão unificada. O pensamento técnico, em contraste, isola e abstrai as estruturas figurativas em esquemas funcionais. O pensamento religioso categoriza os seres de acordo com esquemas baseados em fundamentos, como puro e impuro. Um desafio a essa estrutura surge do raciocínio aparentemente análogo dentro da tecnologia. A unidade de potência de James Watt, por exemplo, estabelece uma identidade de relações entre animais de tração (no caso, o cavalo) e máquinas a vapor, quantificando o trabalho ao longo de um certo período de tempo. Isso parece satisfazer o primeiro nível de analogia: a identidade de uma relação funcional. No entanto, esse esquema técnico falha nos níveis ontológicos subsequentes. O fundamento de um cavalo é biológico e vital; o fundamento de uma máquina é termodinâmico e mecânico. O modo de troca entre figura e fundo — a duração da fadiga versus o ciclo de combustão e desgaste — é completamente díspar. A “analogia” técnica é uma redução deliberada, um esquema que opera abaixo do nível da unidade do ser em prol da mensuração e da utilidade. A comparação forçada esclarece a tese de Simondon. A verdadeira analogia não é a abstração de um parâmetro comum, mas o reconhecimento de uma gênese compartilhada. Uma obra estética, como a fusão de um cavalo e uma locomotiva de Tim Klein, realiza esse reconhecimento. Ela cria unidade a partir de material compartilhado, permitindo que as formas se rendam ao fenômeno da emergência e recuem em um fundamento comum. Assim, a operação cognitiva difere fundamentalmente. O pensamento técnico constrói esquemas universalizantes separando figura de fundo. O pensamento estético descobre analogias revelando o acoplamento indivisível e gerador de figura e fundo em seres singulares. O primeiro possibilita o cálculo de poder; o segundo possibilita a passagem entre obras únicas dentro de um mundo coerente de formas que se manifestam. A analogia, em toda a sua profundidade, permanece uma revelação estética do ser.
A crystal that, from a very small seed, grows and expands in all directions in its supersaturated mother liquid provides the most simple image of the transductive operation: each already constituted molecular layer serves as an organizing basis for the layer currently being formed. The result is an amplifying reticular structure. The transductive operation is an individuation in progress. O excerto está no texto Gilbert Simondon and the Process of Individuation , de Matt Bluemink, e a imagem é um still do filme Crystallization (1974), de Carroll Ballard. O texto esclarece o filme, e vice-versa. "A informação é o que transborda de uma individuação sobre a outra" (ILFI, p. 490). Cf. scientists discover iron-made crystal that can absorb, release, and breathe oxygen
